
Na noite fria que se entrelaça no fio de nossas almas, um cão solitário uiva do absurdo, perdido no escuro. Em sua língua áspera, todo um desejo de engolir a Lua refletida na poça d’água, em apenas uma lambida, de alguma forma lhe mata a sede. No vazio de sua mente, lembranças cortantes espalham a amarga poeira que encobre seus olhos. Um mundo formado por verdades e mentiras, cinema e magia, descortina em sua frente. Do farelo das galáxias, temos estrelas. E nesse ponto, a alma da gente parece engravidar.Mas a madrugada curta logo se vai, levando consigo toda enxurrada de lamentos. Os primeiros raios de Sol avisam que já é hora de se esconder do mundo. E debaixo de uma marquise abandonada, existe um caixote de madeira nobre. Nele, ele se adentra e se tranca, até a próxima noite.Talvez eu seja esse cão!
Um comentário:
Acho que somos todos cães.
Mas só alguns sabem..
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